Taekwondo: descobrindo uma nova atividade

Todos ouvem falar que diabéticos devem fazer exercícios, que é bom pra saúde, para o controle da glicemia, e mais um monte de coisas. Acredito que isso não deveria ser uma obrigação apenas para diabéticos, e sim para todas as pessoas. Atividade física é bom não só para melhorar glicemia, peso ou para ter um corpo mais definido e bonito. Ela também serve para ter mais disposição, melhores noites de sono, diminuir as chances de ter depressão, melhorar os efeitos da TPM, e mais vários outros efeitos positivos.

Vou contar para vocês minha experiência com atividades físicas…

Voltando à época do colégio, eu sempre gostei muito de praticar esportes coletivos (mas isso se resumia apenas às aulas de educação física). Eu gostava muito porque eu me divertia jogando, mas nunca quis aquele compromisso de ficar treinando, queria apenas jogar por diversão. Gostava de futebol, basquete e vôlei. Mas isso era 50 minutos ou até menos uma vez por semana. Era muito pouco para ter algum efeito real no meu controle da diabetes ou até mesmo para o meu corpo.

Quando fui para a faculdade, eu realmente abandonei qualquer atividade física. Minha vida era uma correria, fazia estágio, estudava a noite, morava longe tanto do trabalho quanto do estágio e achava que não tinha tempo para fazer nenhuma atividade física. Durante todo esse tempo meus médicos sempre brigavam comigo, me cobrando de fazer alguma coisa. E eu tentei. A primeira tentativa, foi andar de esteira ou de bicicleta 40 minutos em casa. Tenho alguns pontos a falar sobre essa tentativa:

  • Não me mantive muito tempo fazendo isso. Nunca gostei de andar de esteira ou de bicicleta. Particularmente, acho muito chato e monótono. Tentava deixar mais divertido: ouvia música, lia livros, assistia televisão. Mas nada resolvia. A grande verdade é que era uma hora muito chata e maçante para mim. Realmente não gostava.
  • E esse ponto de não gostar acabou gerando esse outro. Meu controle, ao invés de melhorar, estava piorando. Toda vez que ia fazer a atividade, verificava a glicemia antes e depois e o resultado era, minha glicemia subindo. Isso estava me desmotivando ainda mais. Porque eu estava me esforçando para fazer algo para melhorar meu controle e o que estava acontecendo era realmente o contrário. O que minha médica disse a respeito disso, na época, foi que, pra mim, essa era uma atividade estressante, e o que acontecia era o que eu estava notando, o aumento da glicemia. Disso eu tirei uma lição, fazer apenas o que eu gosto e não porque sou obrigada.

A conclusão, foi que parei de fazer esteira e andar de bicicleta. A outra tentativa, foram aulas de dança. Fazia todos os sábados, aulas de sertanejo. Eu descobri que adoro dançar e além disso aprendi algumas coisas com a dança:

  • Ter menos vergonha e mais segurança – Sempre fui muito tímida e a dança era um tipo de exposição muito grande para mim. Fui aprendendo aos poucos a ter menos vergonha e a dançar sem me preocupar tanto com o que os outros estariam pensando.
  • Ter mais paciência – Na dança, a mulher é sempre conduzida pelo homem, e isso significa, que não adianta nada a mulher querer sempre estar à frente do homem ou ensinar os passos para ele, isso acaba com a sintonia do casal e torna a dança até feia. O homem sabendo ou não, é ele que tem que conduzir e mostrar para a mulher qual o próximo passo. Isso foi algo interessante para mim, pois tive que aprender a esperar e a confiar mais na outra pessoa.
  • Dançar – esse era um dos objetivos rsrsrs. Aprendi alguma coisa sobre dançar e isso foi muito legal. Comecei a me interessar muito mais em aprender a dançar outros ritmos também.
  • Com relação a diabetes – não consegui ver uma diferença tão grande. Até porque eu fazia aula apenas uma vez por semana durante uma hora.

Acabei parando com a dança também, mas não por estar desmotivada ou por estar prejudicando meu controle glicêmico. Eu realmente adorei dançar. Meu problema maior era perder 3 horas (1 hora de ida + 1 hora de aula + 1 hora de volta) de um sábado à tarde. Estava muito ruim conciliar tudo com trabalho e faculdade. Só por esse motivo que eu parei. Pretendo ainda um dia voltar a dançar e aprender novos ritmos.

Continuando, terminei a faculdade e fiquei com mais tempo livre, e resolvi me dedicar mais a alguma atividade física. Fiz zumba. Fazia duas vezes por semana uma aula de uma hora. É uma aula muito boa, você sai dela realmente esgotado. Com as aulas percebi diferença no meu controle glicêmico. Foi muito legal. O que aconteceu foi que eu acabei enjoando das aulas. Eram sempre as mesmas coisas e demoravam para mudar. Mas, apesar disso, é uma aula que eu recomendo, realmente faz diferença em vários pontos do seu dia a dia.

Finalmente, chegando a como está a minha vida hoje, vou contar como cheguei ao exame de troca de faixa do Taekwondo!

Eu sempre achei que não gostava de nenhum tipo de luta. Por esse motivo, nunca nem fui atrás pra ver se eu gostava. Até que um dia, alguns amigos me chamaram para ir fazer uma aula experimental de taekwondo. Fui e achei super legal, além de ter baixado minha glicemia logo após uma aula. Sei que isso não é o essencial, mas foi uma aula que sai com aquela sensação de que realmente tinha feito algo. O único problema, é que não tinha gostado muito do professor e o local e horário era bem ruim. Então decidi procurar outro lugar, mais perto ou da minha casa ou do trabalho e com um horário mais acessível. Assim eu achei o Espaço Boreal. Fui a uma aula experimental e achei muito legal. A aula era muito boa, respeitava os limites de todo mundo, e todo mundo estava super aberto a me ajudar e a me auxiliar. E não só a mim, mas uns aos outros. Resumindo, fui super bem recebida. E o que eu achei mais diferente, minha aula tinha (e ainda tem) pessoas de todas as idades, com sua maioria crianças/adolescentes. Confesso que isso me deixou um pouco assustada, pela diferença de idade, achei que seria bem difícil eu me enturmar e me sentir à vontade. Mas o que aconteceu foi bem ao contrário. Me senti super à vontade, todos foram muito legais comigo, tem muito respeito e sempre conversam e estão dispostos a ajudar. Confesso ainda, que hoje, acho isso bem essencial, essa troca de experiência entre pessoas de todas as idades, é um aprendizado enorme.

Falando um pouco do Taekwondo, apesar de ainda não saber tanto assim, pela parte da filosofia, acho fascinante o respeito que toda a arte marcial traz, além da disciplina. Todas as faixas tem algo para ensinar, não importa. Eu como faixa branca, todos me ajudavam, do faixa preta até uma faixa acima de mim. E tudo isso com respeito, respeitando meus limites, minha falta de coordenação, ou até mesmo minha vergonha. Outra parte que eu achei muito interessante, ainda falando da filosofia, são os professores (faixas preta) ensinarem não só os golpes, chutes ou socos, mas ensinarem os fundamentos de cada posição e o porque é melhor da forma X do que da forma Y, explicando todo o posicionamento e firmeza do corpo. Além dos ensinamentos da cultura coreana, algumas palavras da língua, dentre outras coisas relacionadas à cultura e filosofia.

Para mim, isso acaba não se aplicando tanto, até porque já estou formada na faculdade, mas eu vejo sempre a preocupação do mestre com o rendimento escolar dos seus alunos. Tanto que para trocar de faixa, é necessário mostrar o boletim com boas notas. Além de que é inadmissível, os alunos do taekwondo se envolverem em brigas ou sairem batendo nas pessoas fora da sala de aula. As principais características do taekwondo são: Cortesia, Lealdade, Respeito, Perseverança, Honra, Integridade, Auto Controle, Disciplina e Superação. Essas 9 palavrinhas estão bastante presentes em todas as aulas.

Indo para a parte de atividade física, tem tanto a parte de resistência, quanto de alongamento, até chegar nos chutes, socos e defesas. Durante as primeiras aulas, ficava o resto da semana totalmente dolorida, sem nem conseguir andar rsrsrs. Isso significa que eu realmente estava exercitando músculos que antes estavam esquecidos. Então, não se resume apenas a força, tem toda a parte de equilíbrio, concentração e percepção do seu corpo para executar corretamente os movimentos.

Bom… finalizando, o taekwondo vem me fazendo muito bem, tanto para mente, quanto para o corpo quanto para a minha diabetes. No último mês, inclusive, passei pelo exame de faixa e passei da faixa branca para a laranja! *-* Foi uma experiência muito legal, além da sensação de que estou realmente fazendo algo direito. Toda aula um aprendizado diferente e sempre sendo recompensada pelo esforço. Abaixo mostrarei um pouco sobre o exame. Em breve voltarei falando mais curiosidades sobre minhas aulas de taekwondo. Qualquer dúvida, podem me mandar, que ficarei muito feliz em poder ajudar ;D

Pés e o Diabetes

pé

Todos ouvimos falar da importância em cuidar dos nossos pés. Mas quais são os reais cuidados que devemos ter? E porque esse assunto é tão falado?

Primeiramente, a saúde dos pés está diretamente ligada ao controle da glicemia. Uma glicemia descontrolada durante muito tempo, pode trazer complicações para diversas partes do corpo, e os pés são uma delas. Com a glicemia descontrolada, a cicatrização fica ainda pior, juntamente com a circulação (principalmente nos membros inferiores). Como o diabético, geralmente só percebe algum problema quando já está com uma ferida, o tratamento fica bem mais complicado, podendo chegar até a uma amputação.

E quais os cuidados que devemos ter?

  • O mais importante de todos, é sempre manter os níveis glicêmicos controlados.
  • Examinar os pés diariamente,  vendo se existem frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor.
  • Também é importante pedir ao médico que faça uma avaliação dos pés na consulta.
  • Manter os pés limpos, usando água morna ao invés de quente (para evitar queimaduras).  Secar com uma toalha macia. Manter a pele hidratada, sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas.
  • Usar meias sem costura, e de algodão ou lã.
  • Cuidados com calçados. Os ideias são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que dão firmeza. Mulheres devem dar preferência a saltos quadrados com no máximo 3cm de altura. E também é bom evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de coro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos.

Essas são algumas dicas de como cuidar dos nossos pés. Com nosso dia a dia, algumas delas são bem difíceis de conseguir. Mas o mais importante, é manter a nossa diabetes controlada para evitar maiores complicações. Mas também é necessário não esquecer dos nossos pés, porque eles sofrem com os sapatos que usamos.